“É preciso ler isto, não com os olhos, mas com a memória e a
imaginação.” Machado de Assis
Etimologicamente, ”recordar” vem de “re” + “cordis” (coração),
significando, literalmente, ”trazer de novo ao coração algo que, devido à ação
do tempo, tenha ficado esquecido em algum lugar da memória”.
Naqueles tempos a vida era só alegria, aliás, alegria era
comum em nossa vida. A vida corria simples, sem grandes sonhos, a não ser o de
concluir os estudos. Como era simples
viver rindo à toa, sem correrias, sem deixar escapar os preciosos momentos; como
naquele dia que brincamos na chuva... Aquela inesquecível CHUVA! Eu, você e
seus irmãos, no caminho da Fábrica Presidente Vargas, próximo da sua casa e do
meu emprego – casa da Lúcia- lembra-se? Quanta alegria! A alegria deu lugar à
recordação... Somos ainda amigas; no entanto, existem tantas mudanças que
parece que o tempo é outro. Estamos ocupadas demais em nossas vidas. Do meu
quintal, observo a chuva, fico pensando: por que tanta distância? Isso era para
ser exclusividade da morte. Sem desculpas ou possibilidades. Naquela época,
naquele tempo, antigamente... palavras que se tem ”apenas” quase meio século! Ao maravilhar-se com as
lembranças do passado, alimentamos nossa alma e, de forma muito sutil,
continuamos a viver. Sem dúvida minha esperança está contida nos sonhos e
realidades. Contarei os dias, ansiosa, para reencontrá-la. E pretendo apenas
recolher da vida algo tão valioso, que a faz mais digna de ser vivida: Nossa
amizade!
“Recordo ainda” de Mário Quintana
Recordo ainda... E nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na gralharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:
Eu quero meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente!...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na gralharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:
Eu quero meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai...
Que envelheceu, um dia, de repente!...
Feliz Aniversário! Felicidades!
Amo muito você querida Josi... Josiane!
Sua amiga Rosana.
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