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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Vestígios do passado

Ao alcance de nossos olhos, tão presente em nossas vidas,descobrimos através das numerosíssimas postagens nas redes sociais, que sempre temos algo surpreendente pra admirar. Numa delas, as fotografias que nos remetem à infância. Não posso perder a ocasião de rever fotografias antigas que me ajudam a recuperar lembranças do passado. Nessa teia , isso é perigosíssimo, pois sem dó, a memória nos abandona e brinca de esconde-esconde. Mas desconfio que o verdadeiro passado, adormece num canto qualquer ou numa fotografia. Tenho que refazer todo o caminho de volta com cuidado, pois o que vejo agora é a paisagem de sempre. Fico pensando nisso e me pergunto: poderia ter modificado algo? Terei tido chance de escolhas? Acho que sim. Tenho saudades daquele tempo que nunca voltará, dos meus olhos esperançosos, de meu pai, de minha mãe e às vezes de alguns sons que me conduz até à velha casa de meus avós: o canto do galo, o coaxar dos sapos ao longe.Também, do pisca-pisca dos vaga-lumes, do sabor das amoras, do cheiro do café.
Mas nada, nunca mais, se compara a tudo o que vivi, tudo o que senti naquele tempo. De um lado, minha memória, que traz vestígios do passado, que havia tempo para tudo. Do outro lado, minha vida, cheia de incertezas, num mundo que anda depressa. A imaginação voando solta, transformando tudo em poesia.



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