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domingo, 7 de dezembro de 2014

Memórias de meu avô

Lá na Tabuleta, onde meu avô morava, quando o dia chegava ao fim, a noite trazia encanto e magia com a luz escassa e amarelada da lamparina, o pisca- pisca dos vaga-lumes e o coaxar ininterrupto dos sapos. Então, com o calor da brasa nos pés, o arrepio ficava por conta do medo e dos "causos"contados por meu avô.
"Antigamente..." "Naquele tempo..." "Lá pra aquelas bandas...onde Judas perdeu as botas" , assim, meu avô iniciava as mais belas narrativas de aventura, que até mesmo Robinson Crusoé, ficaria encantado!
No dia seguinte, eu rabiscava no chão tudo o que restava na memória, pois a escola ainda não tinha chegado pra aquelas bandas. Porém, meu avó tinha escutado que um tal "mascate" iria ensinar os números pra "módi podê vendê" as mercadorias lá na roça.
Meu avô não aprendeu nem os números  nem as letras!
Certo dia, ele disse que teve um sonho lindo. Sonhara que sua neta era professora na roça.
- O que faz uma professora, padrinho? ( era assim que eu o chamava)
- Ensina a gente a "aprendê", respondeu com doçura na voz.
Muito tempo se passou... E a neta cresceu e aprendeu a ensinar!



Homenagem ao meu avô José Geraldo Ambrósio, pois hoje dia 07 de dezembro seria seu aniversário!

Minhas Netas










Minhas netas eu vejo que são três
E cada qual é da beleza irmã,
Se eu quero Lavínia, muito quero Laís,
Da mesma forma quero Luísa.

Tendo a meiguice da primeira neta,
Vejo a segunda que me prende e encanta,
A mesma estrela que reluz e brilha,
Se olho a terceira, vejo a mesma santa.

Se a cada uma com fervor venero,
fico confusa sem saber das três
Qual a mais linda e qual me faz feliz
Se é Lavínia, se é Luísa ou se é Laís.

 E já velha, a pensar de quando em quando
Que um dia  voltarei ao pó,
Eu sou feliz e morrerei pensando
Que as três netas que tenho é uma só.


Paráfrase do poema " Minhas filhas"  de Patativa do Assaré para minhas netas: Lavínia, Laís e Luísa
restiadesol.blogspot.com.brCom muito amor vovó Rosana Silva