Morre na palavra o que a alma cala
e o que morre no coração
corrói o chão d'alma.
O que a letra esfria,
a enxurrada d' alma acalma.
No papel se petrifica a lama
e fica só a alma.
Tudo o que hoje vive um dia acorda.
As coisas não querem ser coisas
e nem querem
ser.
Não existe alma venturosa
em que do passado não circule lama,
mesmo que seja uma lama calma.
Quem nega engana.
Em toda alma uma lama,
que circula e vem de fora,
por entre os amores e alegrias,
se misturando caldulenta
nas esperanças e saudades,
que das maldades e egoísmos desvia,
correndo por debaixo das bondades.
Tudo sob o sol da vida
na alma se enlameia.
em toda alma uma lama
Em toda essa lama uma alma...
Falconni, Guilherme Pupo
Livro último : poesias completas p.18
1.ed. São Paulo
Scortecci ,2013.
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