Iniciei este
trabalho com uma imagem que deveria estar no final do relatório do curso “O
Currículo e as Atividades Docentes – Língua Portuguesa – Ciclo II e Ensino
Médio – Módulo II Literatura em
foco.” A partir desta imagem relembrarei as dinâmicas
vivenciadas, as experiências bem-sucedidas, as lições retiradas das situações
inibidoras, as ações e reflexões que desenvolvi durante o curso sob orientações
apresentadas pelas PCOPs responsáveis: Eliane Cristina e Lúcia Calderaro. E
então, começarei a confeccionar este trabalho, que servirá de apoio ao meu
trabalho em sala de aula.
E.E. Severino Moreira Barbosa
Rua S.Azevedo N° 333
Cachoeira Paulista/SP
É importante
ressaltar que neste espaço pedagógico me deparei com as inúmeras possibilidades
de transformações significativas a partir de momentos mais apreciados por mim
durante o curso: os da Leitura expressiva de diferentes textos, que compõem o
repertório literário de autores consagrados, de tal forma que percebi a riqueza
dos diversos estilos de linguagem.
Pude perceber
que, para essa atividade, é importante que o professor goste de ler qualquer
gênero, que tenha o prazer de compartilhar com os alunos a magia, a fantasia,
as ideias, as verdades que os autores querem revelar para seus leitores,
especialmente no que se refere ao ler para apreciar, fruir e para conhecer.
“Saber singular, conhecimentos pragmáticos, utilitários...”.
Com a
maravilhosa capacidade de ser criativa, a palestrante Cândida dinamizou mais o
espaço reservado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, iniciando um
trabalho diferenciado conosco, cantando e explorando os jogos de linguagem.
Fez citações
do “saber singular”, “dos conhecimentos pragmáticos”, abordando o conceito de
que o sentido de tudo está na utilidade ou efeito prático.
A exposição em cartaz: Fernando Pessoa, plural como o universo.
No dia 31 de outubro de 2010, coube
a mim conhecer o universo de Fernando Antônio Nogueira Pessoa ( Lisboa 13 de
junho de 1888 a
30 de novembro de 1935), através do percurso da leitura de seus poemas, seus
poetas imaginários, de sua pluralidade e multiplicidade de elementos.
“Tenho em mim
todos os sonhos do mundo.”
(Fernando
Pessoa)
“A arte é a
autoexpressão lutando para ser absoluta.”
(Fernando
Pessoa)
“Se depois de
eu morrer, quiserem escrever minha biografia. Não há nada mais simples. Tem só
duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os
dias são meus.”
(Fernando
Pessoa/Alberto Caieiro)
“Escrever é
esquecer. A Literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.”
Material de
Apoio
Com o objetivo de ajudar-me a tornar meus
alunos conhecedores e apreciadores dos textos literários, os Cadernos do
Professor - LPT e Literatura, DVDs: TV Escola - vídeos 1 e 2, Teatro, poesia e
cordel foram caminhos seguro para a
melhoria da qualidade da educação.
O material foi organizado de modo a
servir de referência, de fonte de consulta e de objeto para reflexão e debate
quanto ao domínio da língua oral e escrita. Trouxe ferramentas para capacidade
de aproximação de obras e realidades distintas e, por fim, o desenvolvimento da
autonomia intelectual do espírito crítico dos alunos, tornando-os leitores
conscientes e autônomos.
“A arte é um
espaço primordialmente promotor de experiência.”
Exploração da expressividade da linguagem
Falar e ouvir, ler e escrever em
linguagem verbal ou não verbal, tudo isso faz parte do dia a dia de qualquer
pessoa que tenha intenção de se comunicar nos mais diferentes contextos e
circunstâncias.
E ninguém melhor do que o Prof. José
Paulo para aguçar a imaginação, aflorar emoções, prender a atenção, estimular o
espírito crítico, sem deixar de lado o prazer do novo e do lúdico.
Comunicação e interação: de você com
o texto, de você consigo mesmo, de você com o outro, de você com o grupo. Por
isso, as atividades propostas pelo Prof. José Paulo foram bem diferenciadas:
ora fui convidada a fazê-las em dupla, ora em grupo de poucos colegas, ora em
uma atividade que envolveu a participação de todos, exigindo de nós a utilização
de diferentes linguagens.
Além das falas, a expressão corporal
criou situações de cumplicidade, permitindo um estreitamento entre os limites
da realidade e da ficção. E possibilitando que pela arte pudéssemos nos
divertir, denunciar algo e provocar reflexão.
“A arte da
palavra em sala de aula - a interação com o texto literário”.
Águas de
Lindóia. Junho/2010
“Ensaios de desmontagem literária: em busca
do prazer estético.”
(Flávio
Desgranges)
Flávio
Desgranges, Doutor em Educação pela USP, inicia sua palestra “Ensaios de Desmontagem
Literária: em busca do prazer estético,” comparando o processo pedagógico a artistas
em processo. Compreendendo o ato de leitura em processo de criação, processo de
tentativa. Assim é a angústia do escritor ante a folha branca, amassa, joga
fora, reescreve, experimenta, ensaia, tenta, apaga, ensaiando as várias
possibilidades de leitura.
Ressalta que a escola precisa de
professores apaixonados, famintos pela arte de ensinar. Que só se aprendo por
experiência, colocando-se em perigo, disponibilizando-se para o risco.
Cabe a mim o percurso da leitura
estabelecida pela experiência. Tomar a experiência artística enquanto relevante
atividade educacional estimula o pensamento e a atuação dos educadores.
Desgranges caracteriza o modo de
percepção do indivíduo contemporâneo o que “Walter Benjamim” chamou de
“Recepção tátil” – efeito estético que o leitor se identifica como
protagonista, o leitor mergulha no universo ficcional. Muda-se a percepção:
como a obra mergulha em mim, me toca, me traz à tona e elaboro.
O professor precisa abrir espaço
para experiência do leitor e não se achar no lugar de quem detém a leitura, o
conhecimento, a melhor leitura, a mais pertinente.
Cabe ao professor abrir espaço para
a leitura do aluno, para aquilo que lhe toca. Há necessidade de leitura,
ressalta Desgranges.
Assim como os escritores ensaiam no
sentido de, experimentar, tentar, apagar, tentar de novo durante o processo de
escritura, os leitores podem ser convidados a processos semelhantes para ler um
texto. Ou seja, a leitura nesse sentido, passa a ser tomada em seu caráter
processual de aproximações e tentativas.
O escritor joga com a linguagem, o
aluno também pode ampliar seu conhecimento através de ensaio para leitura.
[A resposta a um texto] Deve ser um outro
texto. [...]. Assim o aluno, em vez de se entregar à duvidosa tarefa de
descobrir o que o autor queria, entrega-se à criativa tarefa de produzir o seu
próprio texto literário. “Rubem Alves”
Desgranges propõe como desdobramento
da leitura “ensaios de prolongamento da leitura”, com o intuito de tornar
“texto” o texto lido. De modo que a leitura se faça como criação de outro
texto: o texto artístico do leitor.
Quando o aluno cria um significado
claramente pessoal é como uma pérola recolhida no garimpo, vejo o que o
processo brilha, a aula resplandece. Esse é o meu objetivo, conclui
Desgranges.
“Literatura: a experiência lúdica como
convite à felicidade.”
(Jorge Miguel
Marinho)
Ao assistir à videoconferência
citada acima, pude registrar o conteúdo apresentado como oportunidade
gratificante em meu processo de aprender a aprender, que certamente
complementará o meu interesse pela literatura.
A literatura é uma expressão
solidária e receptiva e é capaz de acolher qualquer tipo de leitor. Portanto
ler distraidamente, como simples entretenimento, talvez seja uma experiência de
leitura das mais interessantes. E numa situação dessa natureza está presente o
comportamento lúdico da literatura.
A literatura é também um gesto
carregado de afetividade, de sugestão, de revelação de aspectos lúdicos, que busca
aproximar as pessoas e observar os espaços.
Segundo Jorge M. Marinho, existem
seis traços singulares da literatura:
1.
A literatura como toda arte só se interessa pela
condição humana.
2.
A literatura é utópica, aponta e anuncia a
possibilidade de um mundo melhor.
3.
A literatura, sobretudo a poesia, é matéria sugestiva
e, portanto, passível de múltiplas interpretações.
4.
A literatura é metonímica, isto é, trabalha com pequenas porções da realidade.
5.
A literatura é essencialmente lúdica porque joga com as
palavras, conquista novos significados.
6.
A literatura é sempre reveladora.
“Todo artista
aspira a ser lido, nenhum autor deseja ser ilegível ou ignorável.”
(Umberto Eco)
“Reflexões sobre o ensino de literatura.”
(Regina Resek)
A partir da leitura de “O texto, o
Prazer, o Consumo” de Umberto Eco, Regina Resek reflete sobre o ensino de
literatura: o quê ensinar, o como, o que se escreve, quais tipos de leitor
modelo. Ter um acesso particular ao mundo do livro e as obras literárias de
referência do repertório brasileiro e universal. Estabelecendo um contato
sistemático com determinado gênero literário.
Criar um contexto de trabalho a
partir do qual será possível fixar objetivos plausíveis para as atividades de
leitura, promovendo diferentes praticas de letramento literário.
“A Literatura na sala de aula”
Segundo América Marinho a maioria
das pessoas não tem acesso à literatura. “novelas, filmes, jornais, programas
vinculados pela TV e rádio,” são formas que acabam levando as pessoas para esse
mundo diferente da realidade.
A literatura é humanizadora,
indispensável para vida. Por meio da literatura você vê o mundo ao seu redor
sendo capaz de enxergar alternativas.
O acesso à literatura em L. P. T
será pela porta da frente, pelo contato direto do aluno com obras literárias
selecionadas, desenvolvendo para cada obra a ser lida, um conjunto de
atividades articuladas em um pequeno projeto cultural, enfatizando a questão da
liberdade do leitor.
“Literatura na Escola Pública.”
(Jeosafá Fernandez
Gonçalves)
Segundo Jeosafá Fernandez Gonçalves,
Prof. Doutor da USP, a literatura do século XIX não era para todos, a abordagem
era restrita, os textos eram sofisticados, assim como o teatro para as classes
privilegiadas. “É um bem a que todos tem
direito, mas nem todos tem acesso.”
Conforme disse o Prof. Jeosafá
Fernandez o Ensino da Literatura na Escola Pública precisa atender a formação
intelectual, a formação instigante. Encarar desde a pré - escola textos
literários com mecanismos de leitura. Ensinar com profundidade, com maturidade
um trabalho interdisciplinar, organizar um currículo, já que os professores do
século XIX não eram preparados para ensinar literatura, pois as obras eram
adaptadas [mutiladas] para uma análise literária com aspectos sócio-históricos.
O professor Jeosafá Fernandez nos
pergunta: - Qual a razão de estudar literatura se ela vem higienizada? Faz
ainda citações das obras de Camões, Abílio César, Gregório de Matos Guerra,
Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Manuel de Barros, Rui Barbosa, Machado
de Assis e Lima Barreto.
O professor precisa ser combativo,
militante, “Transformador,” nos diz o professor Jeosafá Fernandez encerrando
sua palestra.
Professora: Rosana Aparecida da Silva
Bibliografia:
Nenhum comentário:
Postar um comentário