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quarta-feira, 17 de julho de 2013

O Currículo e as Atividades Docentes




Iniciei este trabalho com uma imagem que deveria estar no final do relatório do curso “O Currículo e as Atividades Docentes – Língua Portuguesa – Ciclo II e Ensino Médio – Módulo II Literatura em foco.” A partir desta imagem relembrarei as dinâmicas vivenciadas, as experiências bem-sucedidas, as lições retiradas das situações inibidoras, as ações e reflexões que desenvolvi durante o curso sob orientações apresentadas pelas PCOPs responsáveis: Eliane Cristina e Lúcia Calderaro. E então, começarei a confeccionar este trabalho, que servirá de apoio ao meu trabalho em sala de aula.


E.E. Severino Moreira Barbosa
Rua S.Azevedo N° 333
Cachoeira Paulista/SP


É importante ressaltar que neste espaço pedagógico me deparei com as inúmeras possibilidades de transformações significativas a partir de momentos mais apreciados por mim durante o curso: os da Leitura expressiva de diferentes textos, que compõem o repertório literário de autores consagrados, de tal forma que percebi a riqueza dos diversos estilos de linguagem.






Pude perceber que, para essa atividade, é importante que o professor goste de ler qualquer gênero, que tenha o prazer de compartilhar com os alunos a magia, a fantasia, as ideias, as verdades que os autores querem revelar para seus leitores, especialmente no que se refere ao ler para apreciar, fruir e para conhecer.









       “Saber singular, conhecimentos pragmáticos, utilitários...”.

           “Nossos clientes... os alunos.”  
(Professora  Cândida)



Com a maravilhosa capacidade de ser criativa, a palestrante Cândida dinamizou mais o espaço reservado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, iniciando um trabalho diferenciado conosco, cantando e explorando os jogos de linguagem.
Fez citações do “saber singular”, “dos conhecimentos pragmáticos”, abordando o conceito de que o sentido de tudo está na utilidade ou efeito prático.


  
          A exposição em cartaz: Fernando Pessoa, plural como o universo.

            No dia 31 de outubro de 2010, coube a mim conhecer o universo de Fernando Antônio Nogueira Pessoa ( Lisboa 13 de junho de 1888 a 30 de novembro de 1935), através do percurso da leitura de seus poemas, seus poetas imaginários, de sua pluralidade e multiplicidade de elementos.







            “Tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
            (Fernando Pessoa)






             “A arte é a autoexpressão lutando para ser absoluta.”
             (Fernando Pessoa)







“Se depois de eu morrer, quiserem escrever minha biografia. Não há nada mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus.”
(Fernando Pessoa/Alberto Caieiro)





          “Escrever é esquecer. A Literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.”
          (Fernando Pessoa)








Material de Apoio

           Com o objetivo de ajudar-me a tornar meus alunos conhecedores e apreciadores dos textos literários, os Cadernos do Professor - LPT e Literatura, DVDs: TV Escola - vídeos 1 e 2, Teatro, poesia e cordel foram caminhos  seguro para a melhoria da qualidade da educação.
            O material foi organizado de modo a servir de referência, de fonte de consulta e de objeto para reflexão e debate quanto ao domínio da língua oral e escrita. Trouxe ferramentas para capacidade de aproximação de obras e realidades distintas e, por fim, o desenvolvimento da autonomia intelectual do espírito crítico dos alunos, tornando-os leitores conscientes e autônomos.   





“A arte é um espaço primordialmente promotor de experiência.”
(Walter Benjamim)



Interação com o Prof. José Paulo
Exploração da expressividade da linguagem

            Falar e ouvir, ler e escrever em linguagem verbal ou não verbal, tudo isso faz parte do dia a dia de qualquer pessoa que tenha intenção de se comunicar nos mais diferentes contextos e circunstâncias.
            E ninguém melhor do que o Prof. José Paulo para aguçar a imaginação, aflorar emoções, prender a atenção, estimular o espírito crítico, sem deixar de lado o prazer do novo e do lúdico.
            Comunicação e interação: de você com o texto, de você consigo mesmo, de você com o outro, de você com o grupo. Por isso, as atividades propostas pelo Prof. José Paulo foram bem diferenciadas: ora fui convidada a fazê-las em dupla, ora em grupo de poucos colegas, ora em uma atividade que envolveu a participação de todos, exigindo de nós a utilização de diferentes linguagens.   
            Além das falas, a expressão corporal criou situações de cumplicidade, permitindo um estreitamento entre os limites da realidade e da ficção. E possibilitando que pela arte pudéssemos nos divertir, denunciar algo e provocar reflexão.

“A arte da palavra em sala de aula - a interação com o texto literário”.
Águas de Lindóia.   Junho/2010


“Ensaios de desmontagem literária: em busca do prazer estético.”
(Flávio Desgranges)


            Flávio Desgranges, Doutor em Educação pela USP, inicia sua palestra “Ensaios de Desmontagem Literária: em busca do prazer estético,” comparando o processo pedagógico a artistas em processo. Compreendendo o ato de leitura em processo de criação, processo de tentativa. Assim é a angústia do escritor ante a folha branca, amassa, joga fora, reescreve, experimenta, ensaia, tenta, apaga, ensaiando as várias possibilidades de leitura.
            Ressalta que a escola precisa de professores apaixonados, famintos pela arte de ensinar. Que só se aprendo por experiência, colocando-se em perigo, disponibilizando-se para o risco.
            Cabe a mim o percurso da leitura estabelecida pela experiência. Tomar a experiência artística enquanto relevante atividade educacional estimula o pensamento e a atuação dos educadores.
            Desgranges caracteriza o modo de percepção do indivíduo contemporâneo o que “Walter Benjamim” chamou de “Recepção tátil” – efeito estético que o leitor se identifica como protagonista, o leitor mergulha no universo ficcional. Muda-se a percepção: como a obra mergulha em mim, me toca, me traz à tona e elaboro.
            O professor precisa abrir espaço para experiência do leitor e não se achar no lugar de quem detém a leitura, o conhecimento, a melhor leitura, a mais pertinente.
            Cabe ao professor abrir espaço para a leitura do aluno, para aquilo que lhe toca. Há necessidade de leitura, ressalta Desgranges.
            Assim como os escritores ensaiam no sentido de, experimentar, tentar, apagar, tentar de novo durante o processo de escritura, os leitores podem ser convidados a processos semelhantes para ler um texto. Ou seja, a leitura nesse sentido, passa a ser tomada em seu caráter processual de  aproximações e tentativas.
            O escritor joga com a linguagem, o aluno também pode ampliar seu conhecimento através de ensaio para leitura.
             [A resposta a um texto] Deve ser um outro texto. [...]. Assim o aluno, em vez de se entregar à duvidosa tarefa de descobrir o que o autor queria, entrega-se à criativa tarefa de produzir o seu próprio texto literário. “Rubem Alves”
            Desgranges propõe como desdobramento da leitura “ensaios de prolongamento da leitura”, com o intuito de tornar “texto” o texto lido. De modo que a leitura se faça como criação de outro texto: o texto artístico do leitor.
            Quando o aluno cria um significado claramente pessoal é como uma pérola recolhida no garimpo, vejo o que o processo brilha, a aula resplandece. Esse é o meu objetivo, conclui Desgranges. 





“Literatura: a experiência lúdica como convite à felicidade.”
(Jorge Miguel Marinho)


            Ao assistir à videoconferência citada acima, pude registrar o conteúdo apresentado como oportunidade gratificante em meu processo de aprender a aprender, que certamente complementará o meu interesse pela literatura.
            A literatura é uma expressão solidária e receptiva e é capaz de acolher qualquer tipo de leitor. Portanto ler distraidamente, como simples entretenimento, talvez seja uma experiência de leitura das mais interessantes. E numa situação dessa natureza está presente o comportamento lúdico da literatura.
            A literatura é também um gesto carregado de afetividade, de sugestão, de revelação de aspectos lúdicos, que busca aproximar as pessoas e observar os espaços.
            Segundo Jorge M. Marinho, existem seis traços singulares da literatura:

1.      A literatura como toda arte só se interessa pela condição humana.

2.      A literatura é utópica, aponta e anuncia a possibilidade de um mundo melhor.

3.      A literatura, sobretudo a poesia, é matéria sugestiva e, portanto, passível de múltiplas interpretações.

4.      A literatura é metonímica, isto é, trabalha  com pequenas porções da realidade.

5.      A literatura é essencialmente lúdica porque joga com as palavras, conquista novos significados.

6.      A literatura é sempre reveladora.


“Todo artista aspira a ser lido, nenhum autor deseja ser ilegível ou ignorável.” 
(Umberto Eco)

“Reflexões sobre o ensino de literatura.”
(Regina Resek)

            A partir da leitura de “O texto, o Prazer, o Consumo” de Umberto Eco, Regina Resek reflete sobre o ensino de literatura: o quê ensinar, o como, o que se escreve, quais tipos de leitor modelo. Ter um acesso particular ao mundo do livro e as obras literárias de referência do repertório brasileiro e universal. Estabelecendo um contato sistemático com determinado gênero literário.
            Criar um contexto de trabalho a partir do qual será possível fixar objetivos plausíveis para as atividades de leitura, promovendo diferentes praticas de letramento literário.

“A Literatura na sala de aula”
 (América Marinho)



           Segundo América Marinho a maioria das pessoas não tem acesso à literatura. “novelas, filmes, jornais, programas vinculados pela TV e rádio,” são formas que acabam levando as pessoas para esse mundo diferente da realidade.
            A literatura é humanizadora, indispensável para vida. Por meio da literatura você vê o mundo ao seu redor sendo capaz de enxergar alternativas.
            O acesso à literatura em L. P. T será pela porta da frente, pelo contato direto do aluno com obras literárias selecionadas, desenvolvendo para cada obra a ser lida, um conjunto de atividades articuladas em um pequeno projeto cultural, enfatizando a questão da liberdade do leitor.


“Literatura na Escola Pública.”
(Jeosafá Fernandez Gonçalves)

            Segundo Jeosafá Fernandez Gonçalves, Prof. Doutor da USP, a literatura do século XIX não era para todos, a abordagem era restrita, os textos eram sofisticados, assim como o teatro para as classes privilegiadas. “É um bem a que todos  tem direito, mas nem todos tem acesso.”
            Conforme disse o Prof. Jeosafá Fernandez o Ensino da Literatura na Escola Pública precisa atender a formação intelectual, a formação instigante. Encarar desde a pré - escola textos literários com mecanismos de leitura. Ensinar com profundidade, com maturidade um trabalho interdisciplinar, organizar um currículo, já que os professores do século XIX não eram preparados para ensinar literatura, pois as obras eram adaptadas [mutiladas] para uma análise literária com aspectos sócio-históricos.
            O professor Jeosafá Fernandez nos pergunta: - Qual a razão de estudar literatura se ela vem higienizada? Faz ainda citações das obras de Camões, Abílio César, Gregório de Matos Guerra, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Manuel de Barros, Rui Barbosa, Machado de Assis e Lima Barreto.
            O professor precisa ser combativo, militante, “Transformador,” nos diz o professor Jeosafá Fernandez encerrando sua palestra.



Professora:  Rosana Aparecida da Silva





Bibliografia:
   
 











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