Inconscientemente, a casa rosa, única de alvenaria, jamais seria esquecida por aquela menina que à sua maneira brincava naquele chão de terra vermelha, varrido todas manhãs com vassoura de "mato", que sua avó amarrava com cipó. Havia naquele quintal uma casinha de pau-a-pique tão limpinha e coberta de sapé, com um fogão à lenha que aquecia tanto a alma quanto as panelas de ferro.
Madrugadeira, sua avó dizia que acordava com o canto do galo. Em seguida, ia pegar água na bica pra fazer o café da manhã. Enchia as garrafas, arrumava as marmitas e ajeitava tudo no "emborná".
O destino do casal era a roça, acompanhado pelos vira-latas "Neguinho" e "Vinagre" que estavam sempre deitados no degrau da casa rosa.
Quando o dia chegava ao fim, a noite trazia a magia com a luz escassa e amarelada da lamparina, o pisca-pisca dos vaga-lumes e o coaxar ininterrupto dos sapos. Aquele quintal era cheio de vida, de sons e de cores que insistem em minha memória.
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